terça-feira, 23 de abril de 2013

Refemero

Ando em direção contrária do lugar perdido onde me encontrei.
Paro.
Olho para as estrelas e meus olhos brilham.
Minha boca se alarga em um sorriso errante.

Sinto braços de algo me apertando. Fecho os olhos e continuo sorrindo.
Esse abraço não é quente. Não é aconchegante. É frio. É apenas o vento.
Mas mesmo assim, não quero abrir os olhos e perceber que é apenas uma ilusão.

Sinto esse frio tomando forma, ficando tangível.
Fico com medo com a mudança brusca de temperatura, fica tão quente e aconchegante que me assusto.

Abro os olhos, me livro dos braços e me viro.

Meu sorriso se vai.
O espanto vem.
Aqueles olhos, aquela boca... está tudo ali. Perfeitamente onde eu o deixei...

Pisco e encaro novamente...

- O que foi? - Diz o corpo.

- Você não pode existir - Eu quase que sussurrava estas palavras...

- Você me queria, estou aqui.

Mas antes que tenta-se me abraçar novamente, o empurrei.

- O que está fazendo? Acha que pode vir, me abraçar e estará tudo bem?

- Sim - Disse com aquele sorriso que fez-me desviar o olhar.

- Isso não é resposta - Retomando minha mente.

- Sim, estará tudo bem pois eu te amo.

De minha boca não saia mais nenhuma palavra, enquanto meus olhos gritavam.

- Desculpe-me por tudo.

- Cale a boca - eu disse com convicção - Apenas me leve para casa.

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